sábado, 27 de agosto de 2011

Tabua de cortar — 3ª parte

Pronta a segunda colagem, a tabua saiu da prensa para a tupia...


Perfil da tabua
Onde os bordos foram moldados, o superior com um boleado de raio relativamente largo, o inferior com um chanfro curvo e, com isso, foi configurada a forma final da tabua.

A seguir, iniciar o acabamento pela sempre macante etapa de aplicar lixas progressivamente mais finas, iniciando com grana 120 ate grana 600. Entao um pano umido para remover a poeira e 'arrepiar' as fibras da madeira.

Chegamos entao a esse resultado:

Vista por cima


Vista por baixo


Ahi, foi deixar secar bem a agua, e tornar a lixar com grana 600 ate ficar tudo 'lisinho que nem bunda de nene'. Entao, paninho seco para tirar bem o po e aplicar-se uma farta primeira demao de oleo de tungue; descansar uns minutinhos e remover todo o excesso com pano seco limpo. Ficou assim:


A proxima etapa sera ir aplicando varias outras demaos de oleo de tungue e deixar a tabua ir tomando sol para o cedro mara ir escurecendo e acentuar-se o contraste entre as essencias...

Bueno, mas entao enquanto aguardamos o tempo correr `a irritante velocidade de um segundo por segundo, aproveito para umas observacoezinhas quanto ao projeto, ate agora.

Essa foi a primeira vez que executei esse projeto e, como sempre, ocorreram varios erros que poderiam, ou deveriam, ser evitados, alguns que puderam ser corrigidos, outros incontornaveis. O mais gritante deveu-se a descaso meu: postulei uma serra de bom acabamento me daria uma linha de cola invisivel. Na ripagem, ate deu. Mas nos cortes de topo, de jeito nenhum. Em retrospecto, eu bem que sabia que quando cortei, de topo, os bordos da tabua para inverter a ordem das laminas nas extremidades, devia ter passado as linhas de corte pela plaina antes de colar. Nem por pressa, porque nao tinha pressa nenhuma, mas por desleixo, "esqueci". O resultado e' esse ahi `a esquerda: olhando mais de perto da para ver nitidamente as imperfeicoes, e de longe a linha de cola e' mais que evidente, salta aos olhos.

Nao que tenha ficado exatamente um horror, acho eu, mas comparando com as linhas de cola praticamente invisiveis entre as ripas, da para imaginar (e uma edicaozinha ajuda a visualizar, hehe) quao melhor a coisa poderia ter ficado se eu me tivesse atinado do problema.

Agora... Azar!
.
Fica para a proxima. (E da para entender bem porque os "marceneiros de internet" e "marceneiros da TV" sempre fazem um prototipo antes, nos projetos que apresentam...)

O que tambem poderia ser considerado um erro, considerada a utilidade proposta para a tabua, foi a escolha das essencias: tanto o eucalipto como principalmente o cedro mara 'machucam' com facilidade, sao muito sujeitos a marcas, arranhoes, mossas, etc. Para realmente colocar a tabua 'no batente', a selecao deveria ter sido por madeiras duras, como ipe, grapia, por ahi. Mas a real e', quando fui escolher madeiras contrastantes para iniciar o projeto, tinha esses restos que pensei se prestariam muito bem do ponto de vista visual. Mesmo ja sabendo que, fosse para usar mesmo a tabua, seriam pessima escolha...

--- oOo ---

Nada a ver exatamente com o projeto, mas quando sobrou um pouco de epoxi de cura lenta na ultima colagem lembrei um amigo havia me contado que, diluida em alcool absoluto, resina epoxi da um excelente verniz. Aproveitei entao o resto da cola, dilui com alcool e apliquei nos ovos que tinha feito em meus treinos com o torno.

Tudo bem que leva mais de 18 horas para poder tocar sem deixar marcas, e secar mesmo leva uns 3-5 dias. Mas olhem so o resultado de uma unica demao, e considerem que os ovos nao receberam nenhum acabamento especial:

"Ovos" envernizados com epoxi

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